O que são signos?

23 10 2009

Artigo de Acauã Pyatã

Observando a relevância de temas simples, que ao longo do curso se tornam comuns devido o uso constante, percebe-se que os alunos de comunicação social e de áreas a fins como artes visuais e designer, logo no inicio do curso apresentam dificuldades muitas de compreender conceitos simples, em especial quando são calouros. Como exemplo temos os signos e exatamente por isso iremos agora tratar de forma resumida e conceitual sobre os mesmos.
A palavra signo, se analisada por sua etimologia, pode ser subentendida como o “radical” que da origem as palavras significação e significado. O conceito de signo está incluso dentro dos saberes e estudos da linguagem (e não da língua). Signos podem ser compreendidos como elementos visuais ou sonoros que signifiquem algo, que apresentem significado, e partindo destepoça conceito podemos adotar como exemplo o sol, que é utilizado como significado de dia, dia ensolarado (previsão do tempo ou verão), divindade pagã Maia (Deus Sol) ou o masculino, ao passo que a lua segue o significado de figura feminina, noite, frio, deusa pagã relacionada a Gaia (mãe terra), dentre outros. Como exemplo de sons como signos temos aquele típico “ai!”, que logo nos da idéia de susto ou de dor, frequentemente utilizado por nós paraenses.
Perceba que signos são imagens ou sons que embora aparentem ou não alguma semelhança com aquilo que as pessoas relacionam ao entrarem em contato com o mesmo, acordando com a cultura e entendimento coletivo ou individual, executa sua função.
Signos podem ser divididos em 03 categorias distintas, a saber estas: ícones, índices e símbolos.

  • Signos icônicos são imagens que se fazem “miniaturas” daquilo que significam, como o leão, que pode ser um signo icônico de fera indomável, animal selvagem, podendo ser também ser uma fotografia sua, que nada mais é que um ícone que significa você.
  • Signos indiciais são mais subjetivos e indiretos. Uma poça de água no meio da rua é um signo que indica que anteriormente ali choveu, alguém chorando é o índice de que aquela pessoa está triste ou feliz. Índices trazem significados geralmente indiretos e de interpretação subjetiva, dependendo muito do olhar de quem observa o mesmo.
  • Signos simbólicos são simples, claros e diretos, não precisando que me prenda muito neste ponto, temos como exemplo o que você está lendo: as letras. Estes signos são elementos que aparentemente não tem relação alguma com aquilo que está no seu entendimento, a letra “D” é simplesmente ela mesma e pronto.

cavaleraNa publicidade, propaganda e marketing um exemplo disto são as logomarcas, afinal de contas o que um sorrisinho tem haver com sapatos esportivos? Daí nasce a Nike. Estes conceitos são descritos de acordo com a semiologia (a ser discutida mais tarde em um post especifico).
Koch define signos como:

“(…) signos são entidades em que sons ou sequências de sons – ou as suas correspondências gráficas – estão ligados com significados ou conteúdos. (…) Os signos são assim instrumentos de comunicação e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si.”

Gosto de pensar que signos compõem tudo, desde o simples movimento de andar, até o barulho de uma torneira pingando de madrugada, logo até você pode se rum signo (de sucesso, inércia ou fracasso). Espero ter descrito aqui de forma clara este conceito tão fundamental para todo e qualquer estudante de comunicação e das áreas a fins. Qualquer observação, correção ou complemento, é só comentar o artigo para que ambos possamos construir o conhecimento juntos. Até a próxima.





A escrita da Luz

31 07 2009

Por Acauã Pyatã (CSPP – FAPAN – 2º Semestre)

luz-ao-fundo-do-tunel_4discoveryPelo título alguns devem ter pensado que este artigo é mais um daqueles de cunho religioso ou espiritualista, embora este blog trate de assuntos relacionados a comunicação e propaganda, embora eu confesse que, em parte sim se trata, pois o tema sobre o qual irei dissertar agora é muito mais do que equipamento e técnica, é alma e sensibilidade, um olhar repousado sob a posição e ângulos certos, para possibilitar que a luz escreva aquilo que ela tem a nos dizer. Irei falar sobre uma das minhas mais recentes paixões descobertas, a fotografia.

Fotografia é justamente o que a palavra em si monta: Foto, tem a tradução para luz, e grafia para escrita, logo fotografia remete a escrita que a luz executa sempre que o click revela a impressão sob a película de uma imagem, ou é captada pelos dispositivos eletrônicos das mais modernas. Desde seu surgimento, a fotografia assim como toda e qualquer outra técnica de captação de imagem tem seu surgimento diretamente relacionado a observância da luz. Hoje em dia as pessoas não estão acostumadas com aquelas maquinas em que você colocava o filme, e então a cada disparo você tinha uma imagem única, afinal de contas você não poderia apagar o filme e fotografar de novo, pois uma vez que a iris da câmera era disparada, e a luz entrava, ali a película estava marcada para sempre.

Mas que relação é essa que existe entre a comunicação, a luz e a fotografia? Tem um dito popular que reza que uma imagem fala mais de mil palavras, e o que será que a fotografia escreve seja na película ou no display digital, que cem a nos revelar ou comunicar algo? Neste exato instante entramos em uma esperanca_luzlinha tênue das teorias da comunicação que discute exatamente se elementos que não tem o objetivo de comunicar nada, realmente comunicam algo? Como é o caso da luz por exemplo. A imagem é o papel, a luz a caneta em que o escreve, e a mensagem, é o olhar repousado por traz da lente que capita e gera a informação muitas vezes subjetiva, logo essa tríade de elementos forma um conceito imagético que comunica alto, ou que transmite uma mensagem subjetiva a cada pessoa dentro do que ela está capacitada a entender de acordo com seu repertório de vida.

Comunicar através da fotografia, permitindo que a luz escreva sob uma superfície até então negra, sem luz alguma, a mensagem que um suposto fotografo intencionado ou não deseja passar é algo que trabalha além da lenterasteira forma de comunicação que tenta explicar ou determinar de forma clara e conceitual as mensagens transmitidas. Quem gosta de fotografia e cinema compreende o poder de comunicar contido em elementos simples e cotidianos que geralmente não expressam palavra alguma, ou qualquer outro signo, mas que remetem a um universo de significados, tornando aquela imagem, seja estática ou não, trazida pela luz e captada no fundo de nosso globo ocular, um signo que aparentemente para muitos não diga nada, mas que para você comunique muito mais até mesmo do que palavras possam conter, como o barulho de água caindo da pia que pode te lembrar da infância nos igarapés no interior do estado ou até mesmo a rara oportunidade de ouvir o canto de um uirapuru, que te remeta a condição da alma amazônica.

O importante neste artigo é fazer você pensar e refletir sobre a condição de comunicar que está inerente em quase tudo, mesmo que tais elementos não comuniquem diretamente como a luz, mas que sejam elementos de relevância infinitas, para permitir que coisas que nem mesmo palavras e 39517pensamentos são capazes de compreender e conter em suas limitações, competindo apenas ao sentir e contemplar, as infinitas possibilidades, de mensagens imagéticas contidas naquilo que compete a todo estudante de comunicação social: o mundo.